quarta-feira, 28 de maio de 2014

Temporizador 555.

NE555

   O temporizador 555 é um dos mais populares e versáteis circuitos integrados jamais produzidos. É encapsulado em um invólucro duplo em linha (DIP) de 8 pinos Da mesma família de temporizadores temos ainda o CI 556 composto pela combinação de dois temporizadores 555 combinados em um encapsulamento de 14 pinos DIP. O CI 558 é um encapsulamento de 16 pinos DIP que combina quatro temporizadores 555. Também estão disponíveis versões de ultra baixa potência como o CI 7555, que utiliza um número menor de componentes externos e tem menor consumo de energia.

   Curiosidade: o nome "555" foi adotado em alusão ao fato de que existe uma rede interna (divisor de tensão) formada por três resistores de 5kΩ que servem de referência de tensão para os comparadores do circuito integrado.

Pinagem

pinagem NE555


1 – GND
2 – Trigger (Disparador – ativa com baixo nível de tensão)
3 – Output (Saída)
4 – Reset (Desabilita o funcionamento do 555 com baixo nível de tensão)
5 – Control Voltage (Tensão de controle)
6 – Threshold (Limiar)
7 – Discharge (Descarga)
8 – VCC


O 555 tem três modos de operação:

FUNCIONAMENTO BÁSICO

   Composto de um Flip-Flop do tipo RS, dois comparadores simples e um transistor de descarga, o 555 pode trabalhar em dois modos de operação: monoestável (possui um estado estável - timer) e astável (não possui estado estável - oscilador). Sua tensão de alimentação situa-se entre 4,5V a 16V e sua saída pode fornecer ou drenar correntes de até 200mA.

Diagrama: Circuito interno simplificado de um CI 555.
O resistor R e capacitor C exibidos externamente, são utilizados na maioria das aplicações do CI como timer.

Flip Flop RS Básico:


Funcionamento Básico do 555:

Geralmente o pino 5, entrada de controle, não é conectado, deixando assim a tensão de controle fixa em 2/3Vcc.

   O disparador (trigger) está conectado à entrada inversora do comparador 2. A entrada não-inversora tem uma tensão fixa de 1/3Vcc. Toda vez que a tensão do disparador for menor que 1/3Vcc, a saída do comparador vai a nível alto, setando o flip-flop, deixando assim a saída Q (pino 3) em nível alto. Como /Q estará em nível baixo, o transistor de descarga TR1 estará em corte (chave aberta).
   O reset (pino 4) habilita o 555 a funcionar normalmente com nível alto e o desabilita com nível baixo. Geralmente na maioria das aplicações, este pino é ligado à Vcc.
   Toda vez que a tensão de limiar (threshold, pino 6) exceder a tensão de controle (2/3Vcc), a saída do comparador 1 vai para nível alto, resetando o flip-flop, deixando assim a saída Q (pino 3) em nível baixo. Como /Q estará em nível alto, o transistor de descarga TR1 estará em saturação (chave fechada), realizando assim a descarga da tensão armazenada no capacitor.

Modo monoestável: nesta configuração, o CI 555 funciona como um disparador. Suas aplicações incluem temporizadores, detector de pulso, chaves imunes a ruído, interruptores de toque, etc.


Circuito monoestável


Gráfico: Formas de onda típcas para circuito monoestável.

Gráfico: Duração do pulso de saída em função de RAe C.

Funcionamento:

   Quando o pino de disparo (trigger) recebe um pulso de nível baixo, a tensão na entrada não-inversora (+1/3Vcc) é maior que a tensão na entrada inversora (0V) no comparador 2. Isto faz com que a sua saída vá a nível alto, setando o flip-flop (nível alto na saída Q e nível baixo na saída /Q). Assim, a saída do 555 vai para nível alto e internamente o transistor de descarga permanece em corte (chave aberta). Desta maneira, o capacitor “C” se carrega por RA.
   A tensão do capacitor é aplicada à entrada ao pino Threshold (limiar), sendo que esta tensão aumenta até que exceda a tensão de controle (2/3Vcc). Quando isto ocorre, a saída do comparador 1 vai a nível alto, resetando o flip-flop (nível baixo na saída Q e nível alto na saída /Q). Assim, a saída do 555 vai para nível baixo e internamente o transistor de descarga fica em saturação (chave fechada) descarregando o capacitor “C”, que fica “pronto” para uma nova temporização quando for recebido um novo pulso no pino de disparo (trigger).

Diagrama: Esquema de funcionamento do 555 no modo monoestável.

   Quanto maior a constante de tempo RA.C, mais tempo leva para a tensão do capacitor atingir 2/3Vcc (tensão de controle). Isto determina a largura do pulso ou a temporização na saída, que é dada por: 

  T =1,1.RA.C 

   Onde T é dado em segundos, RA em ohms e C em farads.

   A tensão de controle, geralmente de 2/3Vcc, pode ser desacoplada através de um outro capacitor ligado ao pino 5 e à terra (tipicamente de 10nF), para melhorar a imunidade a ruído.
   Alterando os valores de RA e C, o período da temporização pode ser controlado. Porém, em uma temporização acima de 5 minutos a confiabilidade fica comprometida, devido aos altos valores de RA e C necessários para esta temporização. Com relação ao valor máximo de RA, geralmente os fabricantes recomendam um máximo de 20MΩ, mas acima de 1MΩ a precisão fica comprometida. Portanto, em aplicações gerais, o valor de RA deve ficar entre 1kΩ e 1MΩ .
   Não há limites para o valor de C, a não ser o seu custo. Apenas notar que dependendo do valor da capacitância do capacitor eletrolítico e de sua qualidade, ele pode apresentar correntes de fuga que podem distorcer os períodos calculados das temporizações. 

A seguir um circuito de aplicação para o 555 no modo Monoestável (timer):

Diagrama: Circuito de um timer disparado ao pressionar o interruptor.


Timer Seqüencial

   É possível cascatear vários estágios de circuitos monoestáveis, para gerar um timer seqüencial:


Diagrama: Circuito de um timer seqüencial, disparado ao pressionar o interruptor “S”.
Gráfico: Diagrama

Gráfico: Diagrama de tempos para cada estágio do timer seqüencial.



Modo astável: o CI 555 opera como um oscilador. Os usos incluem pisca-pisca de LED, geradores de pulso, relógios, geradores de tom, alarmes de segurança, etc.


circuito astável
Nota A: a utilização de um capacitor de desacoplamento pode melhorar o desempenho do circuito, mas deve ser avaliada para cada aplicação.

Gráfico: Formas de onda típicas para circuito astável.


Gráfico: Freqüência de operação em função de RA, RB e C.


Funcionamento:

   Como ponto de partida, vamos supor que inicialmente o flip-flop está setado (nível alto na saída Q e nível baixo na saída /Q).Assim sendo, o transistor interno de descarga está em corte (chave aberta) e o capacitor “C” está se carregando através dos resistores RA e RB em série.
   A tensão do capacitor “C” é aplicada aos pinos de disparo (trigger) e limiar (threshold). Assim, quando o capacitor se carregar e exceder a tensão de controle (2/3Vcc), irá fazer com que a tensão na entrada não-inversora do comparador 1 seja maior que a tensão na sua entrada inversora, isso faz com que sua saída vá a nível alto, resetando o flip-flop (nível baixo na saída Q e nível alto na saída /Q).
   Com nível alto em /Q, o transistor interno de descarga entra em saturação (chave fechada) fazendo com que o capacitor “C” se descarregue por RB.
   Agora, a tensão no capacitor diminui até que fique menor que a tensão da entrada não inversora do comparador 2 (1/3Vcc). Neste momento a saída do comparador 2 vai a nível alto, setando o flip-flop e voltando ao ponto de partida (reinicia o ciclo indefinidamente).
   A tensão no capacitor “C” varia entre 1/3Vcc e 2/3Vcc.

Diagrama: Esquema de funcionamento do 555 no modo astável.

   A duração do período alto ou tempo de carga é dada por:

tH = período do sinal de saída em nível alto (+duty cycle)

   E a duração do período baixo ou tempo de descarga é dada por:

tL = período do sinal de saída em nível baixo (-duty cycle)

A freqüência pode ser calculada por:

f = freqüência

   A seguir um circuito de aplicação para o 555 no modo astável (oscilador):


Diagrama: circuito astável.

   No circuito anterior, como se pode observar pelas fórmulas, teremos sempre o sinal de saída com duração do período alto (+duty cycle) maior que a duração do período baixo (-duty cycle). Caso seja desejado montar um oscilador com maior flexibilidade com relação ao ciclo de trabalho (razão da duração dos períodos de alto e baixo), pode-se utilizar um circuito como o sugerido a seguir:



Diagrama: circuito astável com maior flexibilidade do ciclo de trabalho do sinal de saída.
Neste

   Neste circuito, com a adição de um diodo, o capacitor carrega-se através do resistor RA (R1) e descarrega-se pelo resistor RB (R2). Assim, as fórmulas para projeto deste circuito ficam:

Duração do período alto ou tempo de carga:

th = período do sinal de saída em nível alto (+duty cycle)

Duração do período baixo ou tempo de descarga:

TL = período do sinal de saída em nível baixo (-duty cycle)

Freqüência:

f = freqüência

DETECTOR DE FALTA DE PULSO

   O circuito mostrado a seguir pode ser usado para detectar falta de pulso ou um espaçamento longo e anormal entre um consecutivo trem de pulsos.

Diagrama: Circuito detector de falta de pulso.

   Seu funcionamento baseia-se na configuração de um circuito monoestável (timer) que é continuamente “re-disparado” por um trem de pulsos aplicados na entrada, de forma que o espaçamento entre estes pulsos de entrada sejam menores que o intervalo de tempo projetado para o circuito monoestável.
   Um grande intervalo entre os pulsos de entrada ou mesmo a falta de um dos pulsos, permite que o tempo de intervalo do
monoestável seja completado, gerando uma saída com nível baixo de tensão, conforme ilustrado nos gráficos a seguir.

Gráfico: Formas de onda para circuito detector de falta de pulso.

   Este circuito pode ter grande utilidade na área de automação, como exemplo, como em um sistema validação de saída de peças de uma etapa de prensagem, onde na saída das peças um sensor apropriado geraria o trem de pulsos para a entrada do circuito, sendo que quando uma peça ficar presa no processo, imediatamente a saída do circuito alterna para um nível baixo de tensão, que poderia desarmar um relé de proteção, desligando a máquina.

MODULADOR DE PULSOS

   Utilizando as configurações astável e monoestável, podemos utilizar o pino 5 (control voltage) do CI 555 como entrada de um sinal de tensão externo de modo a criar circuitos de modulação de pulsos. Alterando o nível de tensão aplicada ao pino 5 (control voltage), é alterado a tensão de controle dos comparadores internos, fazendo com que a largura dos pulsos presentes na saída do circuito alterem dinamicamente.

Modulador de Posição de Pulso (Pulse-Position Modulation):



Diagrama: Circuito para Modulação de Posição de Pulso.
Nota A: o sinal de entrada para modulação pode ser aplicado diretamente ou acoplado ao pino 5 através de um capacitor.
Caso aplicado diretamente, os efeitos sobre a polarização dos circuitos internos deverão ser considerados.


Gráfico: Formas de onda para circuito modulador de posição de pulso.


   Este circuito consiste basicamente de um oscilador (astável), cuja tensão aplicada na entrada CONT (pino 5), controla a duração dos pulsos do oscilador. Quanto maior a tensão presente na entrada CONT, menor a freqüência do sinal de saída.

   Este circuito também pode ser chamado de VCO (Voltage Controlled Oscilator) ou Oscilador Controlado por tensão.

Modulador de Largura de Pulso (Pulse-Width Modulation - PWM):


Diagrama: Circuito para Modulação de Largura de Pulso - PWM.
Nota A: o sinal de entrada para modulação pode ser aplicado diretamente ou acoplado ao pino 5 através de um capacitor.
Caso aplicado diretamente, os efeitos sobre a polarização dos circuitos internos deverão ser considerados.

Gráfico: Formas de onda para circuito modulador de largura de pulso.

   Neste circuito, a operação de um timer (monoestável) é modificada dinamicamente pela tensão aplicada na entrada CONT (pino 5). Um trem contínuo e regular de pulsos aplicados à entrada de disparo (trigger, pino 2), dispara continuamente o circuito monoestável, e a tensão aplicada na entrada CONT (controle, pino 5) modula então a tensão de controle interna, alterando a duração do nível alto do sinal de saída.
   Neste caso, a freqüência do sinal de saída é a mesma do sinal de entrada aplicado no pino 2, sendo modulado então a razão entre o períodos de nível alto e baixo do sinal de saída.

Modo biestável: o CI 555 pode operar como um flip-flop, se o pino DIS não for conectado e se não for utilizado capacitor. As aplicações incluem interruptores imunes a ruído, etc.


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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Especificação técnica dos resistores

Definição

   Um resistor é um dispositivo elétrico muito utilizado em eletrônica, com a finalidade de limitar a passagem de corrente elétrica.Transformam energia elétrica em energia térmica (efeito joule), a partir do material empregado, que pode ser por exemplo carbono. Um resistor ideal é um componente com uma resistência elétrica que permanece constante independentemente da tensão ou corrente elétrica que circular pelo dispositivo, assim como da temperatura ambiente e de seu corpo.
   Os resistores podem ser fixos ou variáveis. Neste caso são chamados de potenciômetros ou reostatos. O valor nominal é alterado ao girar um eixo ou deslizar uma alavanca.
   Alguns resistores são longos e finos, com o material resistivo colocado ao centro, e um terminal metálico ligado em cada extremidade. Este tipo de encapsulamento é chamado de encapsulamento axial. A foto mostra os resistores em uma tira geralmente usados para a pré-formatação dos terminais. Resistores usados em placas eletrônicas de computadores e outros dispositivos são tipicamente muito menores, freqüentemente são utilizadas tecnologias de montagem em superfície (Surfacemount technology), ou SMT, esse tipo de resistor não tem terminal axial de metal.



   Na prática, os resistores são utilizados basicamente para limitar a intensidade de corrente elétrica através de determinados componentes ou circuitos ou ainda para gerar divisões de tensão, através da associação de mais de um resistor no circuito.

   A unidade de resistência elétrica é o OHM, que é representado pela letra grega ômega “ Ω “.

Resistência e Lei de OHM

   A unidade de medida de um resistor é a resistência, que serve como relação entre tensão e corrente. É medida em ohms, uma unidade do SI. Um componente tem uma resistência de 1 ohm se uma voltagem de 1 volt no componente fazer com que percorra, pelo mesmo, uma corrente de 1 ampere.

   Qualquer objeto físico, de qualquer material é um tipo de resistor. A maioria dos metais são materiais condutores, e opõe baixa resistência ao fluxo de corrente elétrica. O corpo humano, um pedaço de plástico, os líquidos têm uma resistência que pode ser mensurada. Materiais que possuem resistência muito alta são chamados isolantes ou isoladores.

   A relação entre tensão, corrente e resistência, através de um objeto é dada por uma simples equação, a Lei de Ohm:

V = R . I

Onde: V = tensão em volts (V)
         R = resistência em ohms (Ω)
         I = corrente em amperes (A)

   Se V e I tiverem uma relação linear -- isto é, R é constante -- ao longo de uma gama de valores, o material do objeto por onde está fluindo esta corrente elétrica é chamado de ohmico. Um resistor ideal tem uma resistência fixa ao longo de todas as frequências e amplitudes de tensão e corrente.

Especificação Técnica de Resistores

As especificações técnicas de um resistor são:

     • Valor nominal da resistência [Ohm]
     • Tolerância [%] (indica a diferença máxima (+/-) entre o valor nominal e o valor real da resistência)
     • Potência de dissipação nominal [W]
     • Diagrama de potência-temperatura
     • Coeficiente de temperatura
     • Tensão máxima nominal [V]
     • Tensão de ruído
     • Coeficiente de tensão
     • Característica resistência-freqüência

   As três primeiras são as fundamentais e sempre indicadas pelo fabricante.

Tipos de Resistores

> Resistores de Filme de Carbono

   São resistores de “uso geral” na eletrônica, principalmente por seu custo mais baixo. É empregado um filme de carbono em sua construção, como elemento de oposição à passagem da corrente elétrica. Possuem tolerância típica de ±5%, potência de dissipação típicas de 1/8W, 1/4W e 1/2W. Como desvantagem, são tendenciosos a serem eletricamente ruidosos em circuitos analógicos críticos, que demandem uma elevada estabilidade dos sinais elétricos.



> Resistores de Filme Metálico

  Possuem uma precisão bastante superior aos resistores de filme de carbono. São utilizados quando são desejáveis baixas tolerâncias e alta estabilidade em relação à ruídos, como em circuitos analógicos de baixo ruído para sinais elétricos extremamente baixos. Possuem tolerâncias típicas de ±0.05% ou ±1% e potências de dissipação típicas de 1/8W, 1/4W e 1/2W.
   São essencialmente constituídos de uma fina camada de liga metálica sobre uma superfície placa ou cilíndrica de cerâmica ou outro substrato isolante.



> Resistores de Fio (potência)
  
  Resistores de fio possuem baixo ruído, boa estabilidade com temperatura e alta potência de dissipação, da ordem de 1 a 250W, o que o torna bastante útil em circuito de maior potência.
   São constituídos basicamente de um fio metálico com resistência elétrica conhecida e controlada, que é enrolado sobre um tubo cerâmico ou de fibra de vidro. Por terem esta forma construtiva semelhante a uma bobina (indutor), possuem a desvantagem de apresentar uma certa indutância indesejável, o que o torna inviável para circuitos que operem com sinais elétricos de alta freqüência.
   Existem ainda resistores de fio em um invúlocro cerâmico, reforçados com um substrato especial - “cement”. Possuem faixas de potência que partem de 1 ou 2W até dezenas de Watts. Tornam-se extremamente quentes quando utilizados em altas potências.



> Redes Resistivas (“Single-In-Line (SIL) resistor network”)

   Consistem de um número de resistores de filme metálico ou similares, normalmenmente com mesmos valores de resistência, encapsulados em um módulo único, apropriado para montagem em circuito impresso. São muito utilizados em equipamentos eletrônicos com tecnologia digital.


> Resistores Variáveis

O resistor variável é um resistor cujos valores podem ser ajustados por um movimento mecânico, por exemplo, rodando com a mão. Podem ser dos baratos, de volta simples, ou de múltiplas voltas com um elemento helicoidal.

Reostato: é um resistor variável com dois terminais, sendo um fixo e o outro deslizante. Geralmente são utilizados com altas correntes.

Potênciômetro: É um tipo de resistor variável comum, sendo comumente utilizado para controlar, por exemplo, o volume em amplificadores de áudio. Existem as versões com excursão linear e logarítmica de resistência.

Trimpot: semelhante, e muitos vezes sinônimo de potenciômetro, porém este termo refere-se mais a resistores variáveis onde o ajuste normalmente é realizado com a ajuda de uma pequena chave de fenda. Tradicionalmente, resistores variáveis não são plenamente confiáveis, porque o fio ou o metal em contato com suas partes móveis podem se corroer ou se desgastar. Alguns resistores variáveis modernos usam materiais plásticos que não corroem.



> Termistores,

   São resistores cujo valor de resistência é dependente da temperatura.

Existem basicamente dois tipos de termistores:

   PTC (do inglês Positive Temperature Coefficient) - É um resistor dependente de temperatura com coeficiente de temperatura positivo. Quando a temperatura se eleva, a resistência do PTC aumenta. PTCs são freqüentemente encontrados em televisores, em série com a bobina desmagnetizadora, onde são usados para prover uma curta rajada de corrente na bobina quando o aparelho é ligado.
   Uma versão especializada de PTC é o polyswitch que age como um fusível auto-rearmável, muito utilizado atualmente em
circuitos eletrônicos.

   NTC (do inglês Negative Temperature Coefficient) - Também é um resistor dependente da temperatura, mas com coeficiente negativo. Quando a temperatura sobe, sua resistência cai. NTC são freqüentemente usados em detectores simples de temperaturas, e instrumentos de medidas.
   Conforme a curva característica presente na folha de dados (data-sheet) do termistor, o seu valor de resistência pode diminuir ou aumentar em maior ou menor grau em uma determinada faixa de temperatura, isto é, eles não são lineares.



> LDRs

   LDR (do inglês Light Dependent Resistor ou em português Resistor Variável Conforme Incidência De Luz) é um tipo de resistorcuja resistência varia conforme a intensidade de radiação eletromagnética do espectro visível que incide sobre ele.

Um LDR é um transdutor de entrada (sensor) que converte a (luz) em valores de resistência. É feito de sulfeto de cádmio (CdS) ou seleneto de cádmio (CdSe). Sua resistência diminui quando a luz é muito alta, e quando a luz é baixa, a resistência no LDR aumenta.

Valores de resistência típicos para um LDR padrão:

• Escuridão : resistência máxima, geralmente acima de 1M ohms.
• Luz muito brilhante : resistência mínima, aproximadamente 100 ohms.

   O LDR é muito frequentemente utilizado nas chamadas fotocélulas que controlam o acendimento de luzes em postes de iluminação e luzes em residencias.



Valores Padrões de Resistores:

   Convenções de Notação: Para simplificar a representação de resistores de altos valores, principalmente no desenho de circuitos eletrônicos, as abreviações “K” e “M” são utilizadas respectivamente para representar milhares e milhões. A abreviação “R”, para manter o padrão, é utilizada para representar zero (ou seja o próprio valor numérico citado). Estas três letras são ainda colocadas no lugar do ponto decimal, para facilitar a visualização.

Abaixo alguns exemplos:

10R - 10 ohms
10K - 10.000 ohms ou 10K ohms
10M - 10.000.000 ohms ou 10M ohms
1R2 - 1,2 ohms
1K2 - 1.200 ohms ou 1,2K ohms
2M2 - 2.200.000 ohms ou 2,2M ohms

Séries padrões para resistores:

Os resistores são fabricados em valores que seguem uma série padrão. Assim, existem algumas series com valores básicos pré-definidos que vão sendo multiplicados e formando a gama possível de valores para resistores comerciais.

Série E12
Série mais comumente utilizada em resistores que possuem identificação por 4 faixas coloridas em seu corpo. Os valores da série se originam de 12 multiplicadores básicos, que são: 1.0, 1.2, 1.5, 1.8, 2.2, 2.7, 3.3, 3.9, 4.7, 5.6, 6.8 e 8.2.


Série E24

   Série mais comumente utilizada em resistores que possuem identificação por 5 faixas coloridas em seu corpo. Os valores da série se originam de 24 multiplicadores básicos, que são: 1.0, 1.1, 1.2, 1.3, 1.5, 1.6, 1.8, 2.0, 2.2, 2.4, 2.7, 3.0, 3.3, 3.6, 3.9, 4.3, 4.7, 5.1, 5.6, 6.2, 6.8, 7.5, 8.2 e 9.1.

   Há ainda as séries E48 e E96, com ainda mais gamas de valores intermediários. No entanto, estas séries são menos ofertadas pelos fabricantes e normalmente são aplicadas em resistores com baixíssimas tolerâncias.

Código de Cores

   Resistores possuem seus valores de resistência e tolerância normalmente identificados por um código de cores. A representação poderá ser por um conjunto de 4, 5 ou 6 faixas coloridas, sendo que as ilustrações abaixo demonstram a função de cada uma para o caso de 4 e 5 faixas. No caso de resistores com 6 faixas coloridas, utiliza-se a mesma seqüência para o resistor com 5 faixas, sendo que a 6ª faixa é utilizada para representar o coeficiente de temperatura do resistor.

   O mais comum são os resistores com códigos de 4 faixas (uso geral) e 5 faixas (precisão).



   As tabelas a seguir auxiliam na identificação dos valores de resistência nominal dos resistores, assim como de sua tolerância. Consiste de faixas coloridas que são pintadas em torno do corpo do resistor. O esquema é simples: Os primeiros números são os primeiros dígitos significativos do valor da resistência, seguidos de um multiplicador, e pelo valor da tolerância. Cada cor corresponde a um certo número, mostrado na tabela abaixo. A tolerância para um resistor de 4 faixas será de 20%, 5%, ou 10%. Atualmente, a maioria dos resistores são fabricados na tolerância de 5%, ou seja, a última faixa é dourada.








Ilustração: Identificação do código de cores de resistores

   A seguir um quadro que ilustra para os valores possíveis para as 3 primeiras faixas que determinam o valor da resistência, conforme as séries E12 e E24 para resistores com padrão de 4 faixas coloridas.


> Identificação Alfanumérica

   Com o desenvolvimento da eletrônica e a miniaturização dos componentes, está ficando cada vez mais difícil conter todas as faixas de cores em componentes tão pequenos, como exemplo os resistores para montagem em superfície (SMD). Desta maneira, um sistema de codificação alfanumérico é utilizado.

   Este método utiliza três números, algumas vezes seguidos por uma letra. Os números representam o mesmo que as primeiras três faixas coloridas de um sistema de identificação por 4 faixas coloridas. A letra representa a tolerância, sendo: M=±20%, K=±10%, J=±5%, G=±2%, F=±1%.


Ilustração: Exemplos de identificação alfanumérica

   Na ilustração acima, o código 473K, representa: 47 x 1000 = 47.000 ohms ou 47KΩ, sendo a tolerância de ±10%, representada pela letra “K”. O código 103 representa: 10 x 1000 = 10.000 ohms ou 10KΩ, sendo que a tolerância neste caso somente poderá ser determinada com segurança checando-se a folha de dados do fabricante.

Associação de Resistores

> Associação Série

   No circuito série, a mesma corrente tem que passar através de todos os componentes em série. Um amperímetro colocado entre quaisquer componentes deste circuito iria indicar a mesma corrente. Já a tensão se divide pelos resistores, sendo que este tipo de ligação pode ser entendido como “divisor de tensão”.


   As características seguintes definem uma associação em série para resistores:

• Os resistores são associados um em seguida da outro, sendo percorridos pela mesma corrente;
• A corrente que circula na associação em série é constante para todos os resistores;
• A queda de tensão obtida na associação em série é a soma total de cada resistor;
• A resistência total obtida pela associação em série de resistor é igual à soma das resistências envolvidas;
• A potência total dissipada é igual à soma da potencia dissipada em cada resistor;
• O resistor de maior resistência será aquele que dissipa maior potência.

Cabe aqui considerar as fórmulas para cálculo da potência:

P = V . I   ou   P = R . I 2

Onde:  P = potência em Watts (W)
          V = tensão em volts (V)
          I = corrente em amperes (A)
          R = resistência em ohms (Ω)

   Qualquer que seja o tipo da associação esta sempre resultará numa única resistência total a qual é também designada por resistência equivalente - e sua forma abreviada de escrita é Req ou Rt.

O valor da resistência equivalente para associação série é a soma dos valores das resistências. Num circuito onde tenhamos duas resistências sendo R1 com valor de 100 Ohms e R2 com valor de 20 Ohms, portanto o valor da resistência total é de 120 Ohms, utilizando a formula teremos Req= 100 + 20. Caso haja mais de dois resistores em série basta acrescentar os demais na fórmula e através de uma simples soma obtemos o valor da resistência equivalente:

Req = R1 + R2 + ... + Rn

> Associação Paralelo

   No circuito paralelo, a tensão é a mesma através de qualquer um dos componentes que estejam conectados em paralelo. Um voltímetro colocado entre quaisquer componentes deste circuito iria indicar a mesma tensão. Já a corrente se divide por cada resistor, sendo que este tipo de ligação pode ser entendido como “divisor de corrente”.


Características fundamentais de uma associação em paralelo de resistores:

• Há mais de um caminho para a corrente elétrica;
• A corrente elétrica se divide entre os componentes do circuito;
• A corrente total que circula na associação é a somatória da corrente de cada resistor;
• O funcionamento de cada resistor é independente dos demais;
• A tensão é a mesma em todos os resistores;
• O resistor de menor resistência será aquele que dissipa maior potência.

  A fórmula para o calculo da resistência equivalente (Req) para circuito paralelo com qualquer quantia de resistores e qualquer valor é a que se segue abaixo:



   A resistência equivalente com dois resistores pode ser definido da seguinte forma:


   Analisando as fórmulas acima, percebe-se que caso os valores dos resistores sejam iguais, a resistência equivalente é igual ao valor de uma das resistências dividido pelo número de resistores associados em paralelo.

Leis de Kirchhoff
   As Leis de Kirchhoff são assim chamadas em homenagem ao físico alemão Gustav Robert Kirchhoff (1824-1887).

Descobertas em 1845, essas leis são baseadas no princípio da conservação de energia e no fato de que o potencial volta sempre ao seu valor original depois de uma volta completa por uma trajetória fechada.

> Primeira Lei de Kirchoff: Lei das Correntes ou Lei dos Nós

   “A soma das correntes entrando em um nó é igual a soma das correntes saindo deste nó.” O conceito de divisor de corrente habilita-nos a predizer quanta corrente circulará através de cada ramo num circuito paralelo.


Diagrama: Lei das Correntes ou Lei dos Nós

> Segunda Lei de Kirchoff: Lei das Tensões ou Lei das Malhas

   “A soma das quedas de tensão ao longo de qualquer circuito em laço fechado deve ser igual a zero”. Utilizar a lei de Kirchoff das tensões é uma excelente maneira de checar respostas derivadas dos cálculos em laço fechado.

Diagrama: Lei das Tensões ou Lei das Malhas



texto de autoria de Eron da Silva